released December 4, 2021
AnnaMarie Ignarro - clarinet
Noel Taylor - bass clarinet
Helena Espvall - cello
João Madeira - double bass
All compositions by AnnaMarie Ignarro, Noel Taylor, Helena Espvall e João Madeira.
Home recording - Lisbon, Carcavelos, Brussels, 2020
Mix and Master by João Madeira.
Design by Noel Taylor.
Produced by João Madeira and CityStream, 2021
Reviews
"The Portuguese quartet, Quartet Exquis, found themselves confronted with Surrealist literature during the lockdown of 2020, especially the “Cadavre Exquis” method of writing, in which each writer adds a part to an unknown text. And in this way, under the guidance of double bassist João Madeira, they united around the idea of creating something similar with music, arriving at a rather unique recording due to the way it was processed in the studio. The other participants in this project are: AnnaMarie Ignarro on clarinet, Noel Taylor on bass clarinet and Helena Espvall on cello. Each musician recorded their own parts without knowing what the others had played and in the studio, everything was put together. The results are surprising; the musicians have known each other from before the pandemic restricted us to stay apart, so from this situation, with antennas aimed at the sensitivity of others, this free music was born without constrictions, simultaneously relaxing and engaging if you give it the right attention. It’s a form of telepathic communication put together along with the help of modern technology in the studio and it has certainly helped these musicians come out of a period which was difficult for everyone." Vittorio, MuzicZoom
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"As explained in Bandcamp: "Quartet Exquis takes its
name from the Surrealist's word game, called 'Cadavre
Exquis'. Each participant in Cadavre Exquis could add
only single word, not knowing what words had preceded
their own. Just as Cadavre Exquis was governed by
simple rules, they created their own guidelines." This is
nome recording - from Lisbon, Carcavelos, and Brussels
in 2020 - a clear result of the COVID era.The music is
on the verge of classical contemporary music (Françios
Poulenc, Giacinto Scelsi,...), contemporary "third wave"
jazz à la Jimmy Giure, contemporary lm music à la
Nino Rota and contemporary free improvisation. An
excellent album from the quartet, which "unearthed a
radical method of composition lying among the embers
of the Covid-19 crisis."
The highlight of the album is
12 minutes long "Amateur of Velocipedes". In this
case,Helena Espvall made a solo recording on cello, and
then sent them to each of the other three: The receiving
musicians then improvised to the solo, unaware of how
the others had responded. They sent their own recorded
tracks to João Madeira, who assembled the music
that resulted. Another favorite of mine is "Destinée
Arbitraire", created in the similar way, based on clarinet
solo of AnnaMarie Ignarro. Excellent stuff! "
Maciej Lewenstein
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"E eis mais um resultado da crise pandémica em curso. João Madeira, Helena Espvall, AnnaMaria Ignarro e Noel Taylor (dois cordofones, contrabaixo e violoncelo, e dois clarinetes, soprano e baixo) pegaram na metodologia surrealista que ficou conhecida como “cadavre exquis” (e daí o nome do quarteto) e cada um/uma gravou em casa no ano que passou (confinamento oblige) uma série de solos improvisados apenas com os tempos predefinidos. Madeira recolheu-os e montou as peças que ouvimos em “Da Multiplicidade do Vácuo” – só numa, a que se ouve logo na abertura, “Adieu Amennotep”, se acrescentou outra regra, o clássico formato ABA. O interessante da situação é que a conjunção de materiais tão diversos tenha resultado tão convergente. Ouvimos e parece que todos os quatro músicos estão a tocar na mesma sala, ouvindo-se e reagindo uns outros.
Para tal efeito muito contribui o facto de cada improvisador ter uma abordagem compositiva da espontaneidade criativa. Ou seja, os motivos sucedem-se, parecendo que uns geram outros. Aqui, o vácuo (entenda-se: o vazio social introduzido pelo vírus da Covid-19 e as medidas políticas impostas para o combater) é mesmo múltiplo, mas com uma multiplicidade que se complementa, dando corpo musical à ideia de que, quando olhamos para o abismo, este mira-nos de volta e nós aprendemos a lidar com essa presença. Uma coisa é certa: se a presente situação deixou os músicos numa situação ainda mais precária do que era habitual, a música, essa, encontrou formas engenhosas de continuar a acontecer. Ainda há esperança para a humanidade." Rui Eduardo Paes,
jazz.pt
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"In the liner notes, the question is asked “What happens when musicians improvise without knowing what the others are playing?”. They to differ that the result is chaos, but these seven “songs” state otherwise.
With AnnaMarie Ignarro/cl, Noel Taylor/bcl, Helen Espvall/cel and Joao Madeira/b there is a taking turns of intros, with Ignarro passing the torch on the fragmented “Adieu Amennotep” giving long tones with Taylor on “Raices” and teaming with some bass pizzicatos for “The Anatomy of Disquiet”. The bow almost saws the bass in half on the altissimo “Destinee Arbitraire” and there’s more edginess than a Hitchcock slasher on “Amateur of Velacipedes”. Dali to music." George W. Harris, JazzWeekly
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"Two clarinets and two strings, two women and two men, equally distributed next to one other. An excellent, very elegant album; chamber music that is bright and never stuck up. This is how the “multiplicity of emptiness” comes to us, what this Portuguese quartet conveys to its audience. An album of extreme rigour also because it is engraved in the rules imposed by Covid, carefully mentioned by Noel Taylor, appropriately expanding the question of, “What happens when the musicians improvise without knowing what the others are playing?” Chaos, one might think. We allow ourselves to disagree, borrowing the concept of Cadavre Exquis from the Surrealists where those who arrive after do not know how much has been written previously and this has been transported to the musical field. The result is a strongly interactive new method of composition. To premise what is usually called a “declaration of intent,” this, as mentioned, comes in contact with a work of great aesthetic coherence, very precious under the timbral profile, never predictable or covered up in the dryness of certain chamber music, even jazz, advanced but never presumptuous (or pretentious or specious). In conclusion, an absolute gem." V. Bazurro, Musica Jazz, Fevereiro 2022, Italia.
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"Da Multiplicidade do Vácuo é um trabalho da autoria do Quartet Exquis, formação constituída por AnnaMarie Ignarro (clarinete), Noel Taylor (clarinete baixo), Helena Espvall (violoncelo), e João Madeira (contrabaixo). O álbum surgiu da ideia de João Madeira de explorar os processos subjacentes e resultados da aplicação de um cadáver esquisito à improvisação musical, este que é um jogo de palavras surrealista, surgido em meados dos anos 20 do século XX, em que cada participante acrescenta uma palavra a uma frase sem ter conhecimento das palavras que já lhe foram adicionados anteriormente. Este método de improvisação já havia sido experimentado por João Madeira em Imaginary Folk Songs, álbum que o contrabaixista gravou, tal como este Da Multiplicidade do Vácuo, durante o primeiro confinamento de 2020, com Paulo Chagas e Paulo Duarte.
Da Multiplicidade do Vácuo foi gravado impondo directrizes orientadoras a cada tema, com os músicos a tocarem de forma completamente independente, sem qualquer conhecimento do que os restantes improvisadores se encontravam a fazer. Nalgumas faixas, certas variáveis foram mantidas constantes, tais como, por exemplo, as batidas por minuto ou a região tonal, esta mantida aproximadamente fixa recorrendo a solos de cada um dos membros do quarteto, solos esses que foram depois usados como bases sobre as quais os restantes músicos improvisaram. Noutra faixa, foi pré-determinada uma estrutura do tipo ABA com vista a criar um tema que alternasse entre tempo rápido (A) e tempo lento (B). Noutra faixa, ainda, foi acordada a inexistência de qualquer estrutura pré-definida, com a duração total do tema a ser o único parâmetro restritivo. As improvisações individuais foram, por isso, tocadas de forma totalmente livre e espontânea, sem grilhões rítmicos, melódicos ou harmónicos.
O título Da Multiplicidade do Vácuo advém do nome de uma tela de Cruzeiro de Seixas, poeta e pintor português que faleceu no final de 2020, sendo este disco uma espécie de homenagem à sua obra. Os restantes títulos dos temas advêm também eles de obras da autoria de artistas surrealistas, havendo referências tanto a Frida Kahlo (“Raíces”) como a Marcel Duchamp (“En prévision du bras cassé”), entre outros. Os resultados musicais são surpreendentes, principalmente tendo em conta o processo subjacente à gravação do disco. A sonoridade é límpida e elegante, com momentos de miraculosidade musical em que surgem pequenas coincidências rítmicas, harmónicas e melódicas, que nos fazem imaginar que o quarteto partilhou um qualquer tipo de comunicação não-verbal, telepática, aquando da feitura deste disco, porventura advinda do conhecimento de uma linguagem comum de improvisação, subconsciente, quiçá, que permitiu, mesmo a distancia, antever os caminhos mais prováveis de serem percorridos neste acto de composição espontâneo e não-sincrónico. Improvisação não-idiomática baseada em metodologia heterodoxa absolutamente essencial para interessados em música criativa. João Morado, Beats For Peeps, radar.fm
